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Corpo do poeta Mário Chamie é enterrado em São Paulo

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O corpo do poeta e ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo Mário Chamie foi enterrado no cemitério do Araçá, em São Paulo, na manhã desta segunda-feira.

Morre Mário Chamie, poeta e ex-secretário de Cultura de São Paulo

Chamie morreu às 9h de domingo no Hospital Oswaldo Cruz. Segundo a assessoria do hospital, ele morreu em decorrência de insuficiência de múltiplos órgãos causada por um câncer de pulmão que apresentava há cerca de um ano. Ele tinha 78 anos.

O poeta foi velado durante toda a noite no MIS (Museu da Imagem e do Som).

Crédito: Bel Pedrosa - 2.mar.94/Folhapress O poeta e ex-secretário municipal de Cultura Mário Chamie, que morreu neste domingo
O poeta e ex-secretário municipal de Cultura Mário Chamie, que morreu neste domingo

VIDA

Chamie nasceu em Cajobi, interior de São Paulo --localizada a 430 km da capital.

Ele lançou seu primeiro livro, "Espaço Inaugural", em 1955. Em 1962, lançou "Lavra, Lavra", livro fundador da poesia-práxis e vencedor do Prêmio Jabuti.

Publicou, entre outros, os livros "O Lugar" (1957), "Indústria" (1967), "Objeto Selvagem" (1977), "Natureza da Coisa" (1993), "Caravana Contrária" (1998) e "Horizonte de Esgrimas" (2002).

Venceu ainda os prêmios Prêmio Nacional de Poesia (1958), Prêmio Melhor Obra Poética - APCA (1977), e ficou em terceiro lugar no Prêmio Portugal Telecon (2003).

Entre 1979 e 1983, Chamie foi secretário municipal de Cultura e foi um dos responsáveis pela criação do Centro Cultural São Paulo e da Pinacoteca do Estado.

Atualmente, ele lecionava na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e também era locutor do programa "50 por 1", exibido pela Rede Record e apresentado por Álvaro Garnero.

Desde 1992, o poeta era titular da cadeira número 26 na Academia Paulista de Letras (APL).

O poeta foi casado com a designer e coreógrafa Emilie Chamie, que morreu em 2000. Ele deixa uma filha, a cineasta Lina Chamie.

REPERCUSSÃO

"Era um grande amigo. Além de ser um poeta inventivo, muito experimental, o Chamie foi um ser humano muito especial. Perdi um amigo e a poesia brasileira perdeu um poeta", lamenta o poeta Ferreira Gullar.

Para José Renato Nalini, secretário-geral da Academia Paulista de Letras, Chamie era um dos mais brilhantes acadêmicos da APL. "Cada intervenção dele nas reuniões era uma verdadeira aula. Era um intelectual muito corajoso."

"Chamie foi uma das grandes figuras culturais de São Paulo surgidas na metade do século 20. Foi um imenso poeta, um originalíssimo ensaísta e um dos mais marcantes secretários de Cultura que a cidade já teve", diz Amir Labaki, diretor do É Tudo Verdade e articulista da Folha.

Para a escritora Lygia Fagundes Telles, ele foi um "grande poeta" muito original. "Foi meu colega na faculdade de direito do Largo de São Francisco. Tinha também uma personalidade muito polêmica, opiniões muito forte", conta.

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