Celebridades

"Aos 18 namorei uma mulher de 42", lembra Ronnie Von

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Crédito: Divulgação

"(...) Um dia, eu estava na Aeronáutica e ouço no auto-falante: "Atenção, cadete Nogueira. Sua babá o espera. Trouxe bolo de chocolate."Babá aos 18 anos? Pronto, meses de gozação", conta o cantor e apresentador RONALDO LINDERBERG VON SCHILGEM CINTRA NOGUEIRA, o RONNIE VON, 66, em primeira pessoa na seção "Quando Eu Tinha a Sua Idade", do Folhateen.

No blog: O dia em que Ronnie Von limpou minha calça


Minha família era dona de banco, meu pai era diplomata. Filho mais velho, sofri muita pressão pra continuar os negócios familiares, mas meu lance sempre foi música e aviação.

Se tem uma coisa que eu fui é namorador. Arranjei a primeira namorada aos 11 anos, e depois vieram várias. Mas meu primeiro relacionamento sério foi com uma amiga da minha mãe. Eu tinha 18. Ela, 42. Ela me ensinou tudo! E não só sexo, mas comportamento. Começou quando ela estava lá em casa jogando bridge e deu mole.

Alguns meses depois, eu estava lá no apartamento dela quando minha mãe chegou. Do quarto, fiquei ouvindo coisas como "você traiu minha confiança e seduziu meu menino!" Aí minha namorada terminou comigo. Eu queria morrer.

Nessa época, eu estudava na Força Aérea. A Amélia, minha babá, ainda trabalhava em casa, mas com outras funções, é claro. Sou chocólatra, ela fazia doces ótimos. Um dia ela resolve sair de Copacabana, onde eu morava, e ir até a zona norte do Rio, na Aeronáutica, para me entregar um bolo de chocolate.

Perguntou pelo cadete Nogueira, como me conheciam. O campo era grande. O cadete responsável usou o alto-falante.

Então ouvi: "Atenção, corpo de cadetes! O corpo de cadetes está em atenção!" Tudo parou. Quando isso acontecia, era algo sério. "Atenção, cadete Nogueira. Repetindo: cadete Nogueira, atenção! Comparecer com urgência à minha sala. Sua babá o espera. Em tempo: trouxe bolo de chocolate." Pronto, minha vida acabou. Babá aos 18 anos? Meses de gozação.

Crédito: Arquivo Pessoal O cantor e compositor Ronnie Von quando tinha por volta de 23 anos. Foto: Arquivo Pessoal
Ronnie Von quando tinha por volta de 23 anos

Pouco depois, tive de largar a Aeronáutica. Minha família me queria estudando economia. Mas eu gostava era de rock, para desespero dos meus pais. Meu pai ouvia Bach! Pra eles, rock era coisa de rebelde.

Quando eu tinha 20, fui assistir a um grupo cover de Beatles de uns amigos. Eles me chamaram no palco. Tremi todo. Cantei "Help!". Aí apareceu o executivo de uma gravadora. Era o João Araujo, pai do Cazuza. "Ei, quer gravar um disco?" Eu disse que minha família enlouqueceria. Ele me convenceu a gravar para ver como ficava.

Um dia, eu estava dirigindo e ouvindo rádio. Anunciam um lançamento. Era a minha música. Ao chegar em casa, o pau comeu solto. As famílias da época tinham muita pose. Minha tia-avó perguntava: "Onde foi que erramos?" Um terror. Diziam que tinham criado uma cobra, que eu ia jogar o nome da família na lama, que o ambiente musical era promíscuo.

Aí resolvi largar o conforto e vir para São Paulo. Morei num hotelzinho onde hoje é a cracolândia. O problema é que meu pai era conhecido, então a mídia dizia que eu era rico, que ia roubar lugar de quem precisava. Poxa, eu precisava! No começo, só tinha dinheiro para comer sanduíche. Até o Roberto Carlos me olhava diferente. Dizia que eu tinha o cabelo liso e ele precisava fazer touca.

Mas, se me chamavam de "bichona" por causa do cabelo comprido, eu tinha minhas fãs. Um monte. Uma loucura: me puxavam, me agarravam. Comecei a fazer muito sucesso. Minha família passou a me aceitar.

No final do ano, fiz questão de fazer uma cafajestada com a minha tia-avó: mandei o extrato da minha conta bancária pra ela ver. Eu tinha 22 anos e um milhão de dólares no banco.

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